Atravessando as ruas da cidade
Deparo com verdades que não posso maquiar
Calçadas desfilando tantos sonhos
Promessas e abandonos que, no tempo, fui
buscar
Um homem simples, num vulto sublime
Que o amor sincero exprime em profundas
sensações
Um pai zeloso que a história esquece
E entre os que lhe trazem em preces
poucos sabem das razões
Procurei a fé resignada
Tal qual seu filho, um dia, foi buscar
Resgatei do divino silêncio
A compreensão do amparo a acalentar
Foi centro no enredo de três vidas
Imagem distorcida de um valor que poucos
creem
Na codificação pesa a coragem
De imprimir na mensagem o que da natureza
vem
Perguntei se existiria a herança
Não fosse a humildade de abraçar
Escutei que, dele, veio o início
E a vida se fez verbo a ressoar
(...)
Do corpo denso a carga dos sentidos
Confusos, distraídos, tanta angústia a
suportar
Mas do fluído a força que irradia
E o seu filho aprendia, só a luz pra
superar
Procurei, José, meu caro amigo
No horizonte do que, aqui, deixou
Encontrei na fonte da esperança
O brilho da sua fé, que em mim ficou
Pensar que posso além do que, hoje, eu
sou